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quarta-feira, 31 de agosto de 2011
"Napola" Elite für den Führer (Before The Fall)
por Oscar Peyrou Karlovy Vary (República Checa), 6 jul (EFE). "Napola", um violento filme alemão de Dennis Gansel sobre as escolas criadas pelo Terceiro Reich para educar os jovens com métodos humilhantes, foi exibido nesta segunda-feira, no festival de Karlovy Vary.
"Napola" é a sigla em alemão dos Institutos Político-Nacionais de Educação criados por Hitler para sentar as bases de uma "nova raça".
Através de múltiplos testes, eram escolhidos os adolescentes mais capazes psíquica e fisicamente para serem educados como a elite que governaria a nova sociedade.
Os métodos utilizados pelos professores visavam à total degradação dos alunos para que eles pudessem ser manipulados por seus chefes em todas as circunstâncias.
O tema do filme foi tabu durante muitos anos, já que os egressos dessas escolas não gostavam de falar sobre suas experiências juvenis, freqüentemente humilhantes.
Como eram crianças, não se submetiam voluntariamente às pressões psicológicas, mas obedeciam as ordens de seus pais e professores.
As escolas tornavam-se uma espécie de família substituta à qual eram confiados os jovens indefesos para o doutrinamento.
Eles, de fato, foram engolidos pelo regime nacional-socialista, como nenhuma outra geração o tinha sido antes.
O ator Hardy Kruger, que estudou em um desses institutos, fala de "feridas na alma". Mais de 15.000 meninos e meninas passaram por alguma dessas escolas de elite da Alemanha nazista.
Em 1945, havia quarenta "Napolas", e era planejada a criação de mais cem para o período posterior à "vitória final" do Reich.
Os estudantes eram treinados também militarmente e usavam uniformes. Como foi dito, o objetivo principal era a transmissão da ideologia nazista.
Hitler pensava que a construção do "novo homem" levaria duas gerações. No entanto, o método não durou sequer uma: depois de doze anos, o "Reich de Mil Anos" foi liquidado.
Dennis Gansel disse, antes da exibição do filme, que a primeira notícia que teve desses institutos veio através de seu avô, que tinha sido professor em um deles, aos 24 anos, em 1940.
O avô contou sobre as duras condições de ensino, mas também da camaradagem, que continuou cultivando com muitos ex-cadetes até sua morte.
O outro filme apresentado hoje na sessão competitiva oficial foi o islandês "Niceland", de Fridrik Thor Fridriksson. A obra conta uma história melodramática de um casal de namorados com problemas mentais que lutam por sua difícil felicidade em uma problemática sociedade de consumo.
"Niceland" é outro drama que, assim como "Napola", abusa do sentimentalismo. Neste caso, o diretor, além disso, se diverte nos golpes baixos e na descrição grosseira da psicologia dos personagens.
Este é o oitavo filme de Fridriksson, cuja obra mais conhecida é "Born Náttúrunnar" ("Filhos da Natureza", no Brasil), de 1991, seu segundo longa, que foi indicado ao Oscar.
Em geral, o cinema do diretor islandês pretende mostrar as raízes da cultura de seu país, mas, como neste caso, o que apresenta se parece suspeitosamente aos costumes popularizados por Hollywood.
Assim como o filme alemão, baseado em fatos reais, ele tem uma estrutura mais americana do que européia.
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