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terça-feira, 6 de setembro de 2011

PÁSSARO MORTO


Durante muito tempo me interroguei
quando virás? Quando surgirás tu?
Nascerás da erva
emergirás do desconhecido
ou não és mais que um impossível amanhã?
Durante muito tempo me interroguei
e quando sondei os espelhos do tanque
dispersei-me entre os fragmentos dos espelhos
não encontrei o meu rosto em estilhaços
Vi-te a ti
e quando estendi as mãos
para tocar o teu rosto
os sinais da minha última ilusão dissiparam-se
tu dispersaste-te como os espelhos do tanque
e sobre a água ficou
um pássaro morto

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